sábado, 10 de março de 2012

BAILARINAS NO VAREJO

Bailarinas no varejo
Nivea Moraes Marques


Para meus queridos bailarinos Ciça e Claudinho
Para todas as bailarinas que dançam comigo e a minha prof. Isabel



Eu sempre quis ser bailarina
Desde cedo eu sabia fazer pliê, demi-pliê
Quase só usava preto e cor-de-rosa
Fita nos cabelos pés esgarçados
Acontece que o coração não entende
das escolhas que a gente faz na vida
Um dia ele começa a crescer
Cresce quase à vontade
O meu não entendeu o meu corpo
Ficou maior do que os meus pés
meus braços, do que os meus cabelos
Coração
(casa de máquina que move os homens)
não podia ser maior que o sonho,
numa bailarina que se preza tudo é proporção.
Aprendi, então, a desenhar seus nomes
E hoje coleciono
(para as filhas que ainda não tive)
o saldo das bailarinas que não fui.

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